Todos Somos Timóteo Pinto

Thursday, November 27, 2008

Conservadores americanos são mais bem humorados que os liberais

John Tierney
Do 'New York Times'

Liberais ou conservadores, qual deles possuem o melhor senso de humor?
Como é feito em pesquisas experimentais, começamos pedindo a avaliação, em escala de um (nada engraçado) a nove (hilariante), às seguintes três tentativas de humor:

1. Jake está prestes a iniciar uma jogada em um campo de golfe quando passa um longo cortejo fúnebre. Ele pára sua tacada, tira o chapéu, fecha os olhos e se curva para rezar. Seu companheiro de jogo fica profundamente impressionado. “Isso é a coisa mais tocante que já vi”, diz. Jake responde, “é, bom, nós fomos casados por 35 anos”.


2. Deveria haver na ciência o chamado “efeito rena”. Não sei exatamente o que seria, mas imagine que interessante ouvir alguém dizendo: “Senhoras e senhores, o que temos aqui é um assustador exemplo do efeito rena”.


3. Ao ver dois sujeitos chamados Hambone e Flippy, qual deles você apostaria que gostasse mais de golfinhos? Eu diria o Flippy, mas estaria errado... Quem aprecia mais o animal é o Hambone.

Em recente estudo, essas foram algumas das piadas avaliadas por quase 300 pessoas, em Boston, nos Estados Unidos (veja outras perguntas no TierneyLab). Os pesquisadores escolheram uma variedade de piadas (boas, ruins, convencionais e absurdas) para examinar as diferentes reações entre os auto-intitulados liberais e os conservadores.

Eles esperavam que os conservadores gostassem de piadas tradicionais, como a do golfista viúvo, que reforçam estereótipos raciais e sexistas. Por sua vez, os liberais foram previamente descritos como mais flexíveis e abertos a novas idéias. Assim, os pesquisadores acreditavam que eles rissem mais com humor não-convencional, como os “Pensamentos Profundos” de Jack Handey sobre o efeito rena de Hambone.

É verdade, os conservadores avaliaram as piadas tradicionais sobre golfe e mulheres como, significativamente, mais engraçadas do que fizeram os liberais. Mas também deram classificação mais alta aos “Pensamentos Profundos” absurdos. Na verdade, eles gostaram de todos os tipos de humor, mais que os liberais.

“Fiquei surpreso”, disse Dan Ariely, psicólogo da Universidade Duke que trabalhou na pesquisa ao lado de Elisabeth Malin, estudante da Faculdade Mount Holyoke. “Os conservadores deveriam ser rígidos e menos sofisticados, mas gostaram até mesmo do humor mais complexo”.

Seriam os conservadores mais divertidos? Deveriam os liberais descrever a si mesmos como deficientes de humor? Para investigar essas questões, precisamos aprofundar-nos na ciência do humor (o que não é uma iniciativa engraçada), começando com dois tipos básicos de humor identificados nos anos 1980 por Willibald Ruch, psicólogo da Universidade de Zurique.

A primeira categoria é o humor de resolução incongruente. Ele cobre as piadas e cartuns tradicionais onde a inconveniência do auge da história (o marido que falta ao funeral da esposa) pode ser resolvida com outra informação (ele está jogando golfe). É possível entender a piada com facilidade e muitas vezes há um reforço de estereótipos (o marido obcecado por golfe).

Ruch e outros pesquisadores relataram que esse humor, com sua estrutura ordenada e reforço a estereótipos, apela principalmente a conservadores que evitam a ambigüidade e idéias novas complicadas demais. Também, que foram mais reprimidos e conformistas que os liberais.

Muitos cartuns "Far Side”, esquetes de Monty Python e “Pensamentos Profundos” fazem parte da segunda categoria, o humor “nonsense”. A incongruência do auge da história não é ordenadamente solucionada – a pessoa é livre para aproveitar a ambigüidade e a absurdez do efeito rena ou da afeição de Hambone por golfinhos. Esse humor apelaria mais aos liberais pela “abertura às idéias” e tendência de “buscar novas experiências”.

Então, por que os conservadores gostaram mais do humor de “Pensamentos Profundos” do que os liberais? Uma explicação possível é que a rigidez dos conservadores importou menos que outro aspecto de suas personalidades. Rod Martin, autor de “A Psicologia do Humor”, disse que os resultados do estudo podem refletir outra feição que combina com um gosto por piadas: a alegria.

“Conservadores tendem a ser mais felizes que os liberais em geral”, disse Martin, psicólogo da Universidade de Western Ontario. “Uma percepção conservadora racionaliza a desigualdade social, aceitando o mundo como ele é e tornando-o uma ameaça menor ao seu bem-estar. Enquanto uma percepção liberal leva à insatisfação com o mundo corrente e uma sensação de que as coisas precisam mudar”. Outra explicação possível é que os conservadores, ou pelo menos os de Boston, na verdade são mais flexíveis do que os cientistas sociais acreditam.



Os estudos saudando a não-conformidade e “abertura a idéias” dos liberais foram realizados por cientistas sociais trabalhando em uma cultura extremamente homogênea em relação à política. Na área de ciências sociais e entre acadêmicos de humanidades, há uma proporção de pelo menos sete democratas para cada republicano, segundo estudo de Daniel Klein, economista da Universidade George Mason. Se você é um professor que realmente “busca novas experiências”, tente visitar um clube de acadêmicos hoje e distribuir folhetos McCain-Palin.

Seria possível que a imagem dos conservadores como neuróticos dogmáticos desprovidos de humor fosse baseada em preconceitos políticos no lugar da ciência social? Philip Tetlock, psicólogo da Universidade da Califórnia, Berkeley, disse que mesmo havendo diferenças válidas, “liberais e conservadores têm as mentes igualmente fechadas para lidar com evidências dissonantes do mundo real”.

Então, talvez os conservadores não sejam mal-humorados. Pode ser que o estereótipo do conservador rígido e sério tenha mais a ver com o pensamento grupal dos cientistas sociais e sua suspeita em relação aos forasteiros – que, se pensarmos bem, lembra o comportamento de rebanho de certos animais com casco. Senhoras e senhores, o que temos aqui é um assustador exemplo do efeito rena.

fonte: g1

Thursday, November 20, 2008

O Amigo Socialista

por Pedro Ivo

Daniel, o meu amigo socialista. Ele aparecia vez ou outra lá em casa sem ser convidado. E caso o meu pai estivesse na sala vendo a Globo, o rapaz se prostrava em frente à TV com o punho erguido, em sinal de protesto. Ficava assim, parado, sem dizer nada. Só saía de lá quando meu pai atirava o controle remoto nele.

- Ô menino chato. Vai catar um emprego, seu bosta.

Apesar de tudo, eu gostava do Daniel. O sujeito era caladão, circunspecto; praticamente um amigo imaginário.

- Daniel, vamos jogar Banco Imobiliário?
- Diversão pequeno-burguesa? Não, obrigado.
- Vamos lá. Depois eu deixo você panfletar pra minha família.
- Que venha o Banco Imobiliário.

Trouxe o jogo. Daniel rolou o dado e começou a andar lentamente as casas.

- “Caminhando e cantando essa mesma canção…”
- Peraí, Daniel. Vai ficar fazendo passeata com o peão? Anda logo.
- “somos todos iguais…” Parei no Brooklyn. O que eu faço aqui?
- Esse bairro é meu. Me paga 20 cruzeiros.
- Não reconheço o seu direito à propriedade.
- Vá pra porra. Me dá 20 cruzeiros.

Daniel pegou todos os peões do jogo e pôs eles em cima do tabuleiro.

- O que você está fazendo?
- Estou promovendo uma revolução armada. Seu bairro foi confiscado pela minha milícia.
- Mas você não pode fazer isso. É contra as regras do Banco Imobiliário.
- Eu sei. É que a partir de agora estamos jogando o Banco do Proletariado.
- E como isso funciona?
- Bem, você pode ir pra onde quiser. Não há turnos, ninguém precisa jogar dados e nem pagar nada pra ninguém.
- Qual o objetivo então?
- Sei lá… Vamos sair espalhando essas casinhas verdes pelo tabuleiro. Habitações populares. As pessoas terão onde morar.

Qual era a desse sujeito? Além de confiscar o meu Brooklyn, ele agora estava emporcalhando o jogo com esses conjuntos habitacionais. Isso não podia ficar assim. Peguei o peão dele e coloquei na cadeia. Daniel era agora um preso político. Fui na cozinha e trouxe pão e água para o rapaz. Expliquei que ele deveria viver em exílio no porão aqui de casa até as coisas se acalmarem. E ainda que resignado, Daniel aceitou sua condição, se retirando em exílio. De vez em quando ele colocava a cabeça pra fora e dava um sinal de vida.

- Ei, já faz uma semana que estou aqui. Como andam as coisas?
- A barra ainda está pesadíssima, Daniel, pesadíssima.
- Reivindico anistia!
- É mesmo? Guardas, um subversivo!

Ele então voltava assustado para o porão. E assim se passaram meses, anos. Até que ele saiu de lá, puto da vida, com uma barba imensa e um fedor de urina insuportável.

- Cansei de brincar.

Tuesday, November 11, 2008

Flash Mob Anti-vigilantes

Sexta, 14 de novembro, às 18 hs, acontecerá a primeira flash mob pela liberdade na Internet, contra o Projeto do Azeredo.

Em São Paulo as pessoas se reunirão por 30 segundos no canteiro central da Av. Paulista em frente o Objetivo (altura do número 900).

No Rio de Janeiro a reunião será na Cinelândia, em frente à Camara Municipal.

Para participar os manifestantes devem trazer uma folha de sulfite escrito NÃO AO PL AZEREDO. O pessoal do Azeredo e a Febraban querem aprovar o projeto na próxima semana.

fontes:
[commons based peer production]
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