Todos Somos Timóteo Pinto

Monday, December 25, 2006

Discordia Brasilis - O Recrutamento

Discordia Brasilis - O Livro:

Discordianos do Brasil!

Está iniciado o projeto do livro Discordia Brasilis, um livro discordiano feito em conjunto. Este livro coletivo será o primeiro de muitos. Discordianos, contribuam com o que quiserem: textos, desenhos, fotos, dinheiro, sexo, trabalho escravo, etc...
Seja como for, como quer que seja, não sem antes um churros, entretanto...

Discordia Brasilis - O Zine:

Colocaremos neste zine tudo o que pode ir para o Discordia Brasilis para assim experimentar.

Colaborações (idéias, textos, demais contribuições) através do e-mail discordianismo@gmail.com e na comunidade Sabedoria Insana

Salve Éris!

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Friday, July 21, 2006

Delírio Coletivo

E fez-se a luz!

Ou não.

Período Nonsense

Ao longo da história, a maioria dos movimentos literários e artísticos contradiziam o movimento anterior. O Renascimento foi contra tudo o que a Era Medieval disse, o Realismo negava os fundamentos do Romantismo e assim por diante.
Já o movimento Nonsense resolveu que não gostaria de contradizer o movimento anterior, no caso, o Modernismo e a Pop Art, o Nonsense quis negar absolutamente tudo ou não negar absolutamente nada.
Sob a máxima "Pra que fazer sentido!?", esse movimento cria uma contradição de tudo e dele mesmo, com raízes em todos os estilos literários e tendo por característica a abolição da linguagem figurada, nada mais era figurativo, tudo era real, e o que era real não existia, ou existia, ou o que quer que o leitor prefira.

O que aconteceu foi que no fim do século XX e começo do século XXI, com o fim da Guerra Fria, a ascensão dos EUA como maior força política e econômica do mundo, detendo um poder quase imperialista e com a estagnação de todo e qualquer movimento revolucionário, o mundo conheceu um período de conformismo em que qualquer coisa era uma revolução. Andar fantasiado, por exemplo, ou simplesmente usar um nariz de palhaço pela rua, já causava um grande choque por quebrar a monotonia cotidiana. O movimento DC, autor da obra Sofia, foi um dos primeiro a notar isso e adotar a idéia do Nonsense.

Da idéia para a prática foi um pulo. Embora no começo, apenas algumas pessoas tivessem adotado essa "revolução", assim como em qualquer outra já ocorrida, o clima e as idéias sem sentido foram tomando proporções mundiais e o mundo conheceu uma época maravilhosa, onde a espontaneidade e a imaginação tomaram conta de todos e tudo passou a ser fantástico e irreal. Chegou até a haver um certa desaceleração nas pesquisas cientificas, afinal não importava mais provar que pode-se dividir uma célula infinitamente.

Antes desse movimento, as pessoas buscavam uma explicação científica para tudo, mas depois ninguém mais queria a explicação lógica e inteligente. Todos perceberam que a fantasia era bem melhor, que cada um poderia formular sua própria teoria para qualquer coisa, todas as lendas sobre os "porquês" voltaram à tona e todos os povos buscavam as raízes de suas culturas para saber algo, quando não encontravam, criavam uma nova cultura.
Em meados da década de 10 do século XXI, o mundo já não fazia sentido algum. Viam-se pessoas fantasiadas, nas ruas, nos supermercados e até nos escritórios você encontrava pessoas vestidas de Pantera Cor-de-Rosa ou Smurffle.
As casas tinham pinturas psicodélicas e, às vezes, achavam-se florzinhas desenhadas no meio da rua.
Com a população nesse incrível estado de espírito, era natural que as artes também seguissem esse caminho.

Leis Absolutas do Delírio Coletivo

1ª Lei Absoluta
PATAFÍSICA- Tudo é decidido pela imaginação e não pela razão.

2ª Lei Não Absoluta
Não encher as caras aos domingos.
Quem quer fazer sentido?
A realidade é relativa;
A Fantasia é bem melhor;
Arte, Poesia e Loucura.

3ª Lei Absoluta
Usar LSD.

4ª Lei Absoluta
Enlouquecer a Política.

5ª Lei Absoluta
Nenhum tipo de censura.
Mandar as preposições e a gramática pro inferno!

6ª Lei Absoluta
O que fazer em casos de incêndio?
Deixe queimar!

7ª Lei Absoluta
Jogar uma garrafa de conhaque no Delírio Coletivo

8ª Lei Absoluta
DELIRAR.

9ª Lei Absoluta
Assassinar a monotonia causada pela razão.

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trazido a você por S.H.I.M.O.

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Tuesday, March 07, 2006

Extra! Extra!

Timoteo Pinto nos conta com exclusividade como é a experiência de consultar o I Ching, o antigo oráculo chinês, o mais antigo que sobreviveu aos tempos.

O Conto do Sábio Chinês

Ontem voltei a consultar o I Ching. Se alguém aqui perguntar: a mãe de quem? é só ler o post anterior. Resolvi fazer isso tendo em vista minha mais nova desocupação, brincar com as sincronicidades e usar o I Ching com freqüência atrai essas criaturinhas. Mas o que eu queria dizer é que o I Ching mais uma vez matou a pau com sua sabedoria milenar.

Muitas vezes eu costumo chamar ele de Mi Ching, tantos são os tapas com luvas que levo dele. Às vezes sutis, às vezes nem tanto. Ontem ele me veio com piadinhas. Eu queria saber se é uma boa tomar chá de cogumelo sozinho. Eu nunca tomei e só uma vez, a uma caralhada de tempo atrás, participei de uma colheita. Ou seria melhor dizer caçada? Logo, lembro apenas vagamente como é a aparência dos cogumelos corretos.

Então formulei a pergunta assim, bem solene: Cogumelos Mágicos Sozinho, Bom pro meu Caminho? e comecei a chacoalhar as moedas e me concentrar na pergunta, repetindo mentalmente: Cogumelos Mágicos Sozinho, Bom pro meu Caminho?... Cogumelos Mágicos Sozinho, Bom pro meu Caminho?... Cogumelos Mágicos Sozinho, Bom pro meu Caminho?... e chacoalhando as moedas. Costumo usar três moedas de 25 centavos que eu limpo diariamente com Bom Bril, para criar um certo apego, afinal eu não sai com elas com medo de perdê-las ou gastá-las. Depois de um minuto chacoalhando e perguntando eu jogo as pratas e traço uma linha.

No I Ching são seis linhas que formam um Hexagrama e blá, blá, blá e deu o Hexagrama 31 ¿ a Inluência, o cortejar. Daí neguinho tem que interpretar a porra do que o livro diz. Dizem que os Realmente Grandes Fodões das Antigas conseguiam interpretar a linguagem máquina do livro, tirando conclusões de combinações do tipo Montanha ¿ Trovão, que vem a ser Terra ¿ Fogo. Só que nóis semo mais ingnorante e apenas nos baseamos nas interpretações desses Fodões aí.

O primeiro passo é ler o Julgamento. E eis que os sábios chineses vieram com papo de casamento. Primeiro com papinho de atração mútua entre os sexos pra depois chegar em casamento como fundamento de todas as relações sociais e então completam com o tom profético que lhes é peculiar:

- Tomar uma jovem em casamento traz boa fortuna.

Depois vem a parte mais soft, a interpretação da Imagem do Hexagrama. A minha Imagem era o lago sobre a montanha. Nesse caso recomendou-se humildade e que ouvisse os conselhos. Chegou até a ser incisivo e sarcástico: as pessoas logo desistem de aconselhar aqueles que ulgam saber sempre mais que os outros

Por fim tinha a análise das Linhas. Elas costumam ser agourentas. Comigo foram palhaças:

A influência manifesta-se na nuca

(silêncio)

Nenhum arrependimento

(mais silêncio desta vez acompanhado de uma expressão babaca)

Puta que o pariu! É o tradicional momento Risadinha Cósmica, tem que ser!, o Universo tirando sarro da sua cara. Só pode ser isso. Passado o acesso de riso dos deuses interpretei a resposta como um sinal positivo.

Queria tomar chá de cogumelo na loca? Vai nessa que é amor à beça! Amor pra casamento, não era esse o papo?

Acontece porém que alguns Hexagramas se transformam em outros através de mutações. O I Ching é um livro vivo, em movimento. Ele às vezes até morde e é bom mantê-lo longe do alcance de quase todo mundo. Na quinta linha moedas deram todas em três, o que nos levou ao Hexagrama 62 ¿ A Preponderância do Pequeno.

O Hexagrama mutante costuma ser um complemento, o futuro ou transformação da questão sobre a qual você perguntou. No meu caso foi um balde de água fria. Eu lá, me imaginando viajando nos cogumelos, vendo coisas que não se pode descrever, o Caos Epistemológico. O Afortunado Possuidor do Aleph. Daí me largam a frase:

- Quando um homem ocupa uma posição de autoridade para a qual ele é por natureza realmente inadequado, uma extraordinária prudência é necessária.

Um homem de autoridade? Realmente inadequado? Isso é praticamente um Impeachment Psicodélico. Pô, qualé?

No mais, um desfile de desmotivações.

Pequenas coisas PODEM ser realizadas. Grandes coisas não DEVEM ser realizadas. Teve até um pássaro que chegou voando bem perto e disse:

- Não é aconselhável o esforço em direção ao alto.

Nessas alturas do campeonato, já dá pra imaginar, eu estava rolando no tapete, cobrindo a cabeça e perguntando:

- Porquê? Porquêee????

Depois relaxei, respirei, fumei um cigarro e comecei a pensar na resposta do Livro Sagrado. O segundo Hexagrama costuma ser o futuro, o desdobramento e ele deixou bem claro que não tenho muito futuro com o cogumelo. Não é meu aliado, Castañedamente falando. No entanto, o Hexagrama inicial, aquele que responde a grande pergunta, aquele recomendou ir fundo.

Esse era o grande enigma da resposta. Porque mandar ir e depois desistir? Só pra fazer refrão pro Zezé Di Camargo? Você me manda iiir, depois desistiiiiir, sem nunca ter amado. Como convém, resolvi dar um tempo e sair pra beber. Estava eu na segunda cerveja quando passa na frente do bar uma puta duma gostosa. Mas gostosa pra caralho! Então realizei a resposta dos Milenares Ancestrais Chineses.

Era uma piada. Uma piada acerca de como a carne é fraca diante das mulheres gostosas. É como quando você começa a agarrar a mais gostosa da rua e sua mãe lhe diz que não é um bom partido. você vai deixar de comer por causa da mãe? Eu não e o I Ching sacou isso. De nada adiantava ele me dizer pra mim não tomar o chá. Ele anteviu que eu tomaria de qualquer jeito. Por isso ele tirou sarro com a metáfora do casamento. Por fim me alertou para ir devagar respondendo o cerne de minha pergunta.

É bom para o meu caminho? Acho que não.

De motivante nessa história toda é que eu vou tomar chá de cogumelo em breve, por que vou, por que quero, e que até o I Ching deixou, apesar de sua relutância. Faz parte do meu caminho e mesmo que não faça, não custa nada dar uma olhadinha no que é que tem ali do outro lado.

Nada é verdadeiro. Tudo é permitido.

Monday, March 06, 2006

Estranho Atrator de Sincronicidades

Precisamos aprender a arte de fazer com que coisas altamente improváveis passem a ter grande probabilidade de acontecer. A arte da criação de pontos de singularidades. O fato de eu estar em vários locais ao mesmo tempo pode me tornar um bom instrumento para se brincar com a sincronicidade. Sim! Timóteo Pinto pode ser o Grande Atrator nos sistemas caóticos que gostamos tanto de brincar.

Parando um pouco de viajar e começando a pensar, que tal bolarmos alguma brincadeira sincrônica. Vamos, cada um dos Timóteo Pinto deixar marcas de nossa passagem por nossas cidades. A probabilidade de outro Timoteo Pinto notar os sinais que ele mesmo fez com outro corpo é mínima. E é justamente com isso que pretendemos brincar.

Vamos estar atento aos sinais, procurando-os e criando-os. Até o dia em que a probabilidade de Timoteo Pinto cruzar com Timóteo Pinto súbitamente aflora. a Rede Sincrônica começa a ser tensionada até que o fenônemo ocorre e um novo padrão é formado.

Na verdade o Estranho Atrator chamado Timóteo Pinto antes disso, já estava sendo Ele o Estranho Atrator entre as miríades de singularidades potenciais. Eu sou Timóteo Pinto, o catalizador de sincronicidades.

Sincronicidade

Uma amiga telefona na hora em que pensamos nela. Recebemos um folheto na rua contendo justamente a informação que procurávamos. Abrimos um livro e lá está a página com as palavras que buscávamos. Quem já não foi surpreendido por uma dessas coincidências mágicas? Longe de ser um mero devaneio, o fenômeno existe, chama-se sincronicidade e a cada vez que se manifesta confirma a reconfortante sensação de que nada na vida acontece por acaso.

Difícil aceitar algo que desafia a compreensão, não é? Muitos filósofos debruçaram-se sobre a questão no esforço de entendê-la, mas as primeiras respostas só surgiram na década de 1920, quando o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) reuniu pesquisas que demonstravam o fenômeno.

O caso de sincronicidade que mais intrigou Jung foi o do escaravelho de ouro. Uma paciente contava que havia sonhado com essa jóia rara quando, de repente, ouviu-se um barulho na janela. Jung interrompeu a sessão e foi ver o que era. Voltou com um besouro-rosa nas mãos e mostrou-o à mulher, que ficou impressionada com a semelhança entre o inseto e o escaravelho de seu sonho.

O que acontece dentro de nós tem estrita relação com o que ocorre fora. Mera coincidência? Não para Jung, que viu aí um significado importante: achava que o excesso de racionalismo da paciente impedia a evolução da terapia, e a coincidência teria sido um sinal - interior e exterior - de que ela deveria se abrir para novas possibilidades. O curioso - e que reforça a tese do psiquiatra - é que na linguagem simbólica escaravelho significa transformação.

Sincronicidade quer dizer coincidência significativa, ou seja, dois ou mais eventos que ocorrem ao mesmo tempo e não guardam entre si uma relação de causa, mas de significado. Movimentos sincrônicos acontecem sem aviso ou planejamento. Um exemplo? Se você escreve a um amigo e ele responde, confirma-se o princípio de causa e efeito, segundo o qual um fenômeno se dá em decorrência de outro. Mas se você pensa na pessoa e recebe uma carta dela, e isso desperta algo importante, trata-se de uma sincronicidade, pois os fatos mantêm uma ligação significativa e não causal.

Sete dicas para atrair as sincronicidades

1. A primeira dica é a mais importante, se você esquecer de todas as outras, pelo menos se lembrem dessa: "meu corpo é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais."

2. Diante de qualquer coincidência em sua vida, nunca pergunte "por que?", mude sua pergunta para "para que?". Desse modo estarás evitando o vício da causalidade (o que causou isso?) para a casualidade (o que esse acaso pode significar?). Mesmo que você não encontre um sentido claro na coincidência, invente um motivo. E mais: celebre esse motivo.

3. Evite chamar os eventos de coincidência, chame-os de sincronicidade. Somos limitados pela linguagem. Não custa nada ampliá-la ou, no mínimo, dar a ela um colorido diferente.

4. Experimente novos trajetos, converse com desconhecidos, visite lugares novos. O "sentido sincronizador" fica mais apurado quando nos distanciamos dos hábitos diários, mecânicos e repetitivos, pois passamos a utilizar mais o instinto e a intuição para nos orientar.

5. Deixe-se surpreender. Quando paramos de tentar controlar tudo e deixamos que a ordem surja do caos aparente, as sincronicidades se manifestam com mais intensidade. Uma pixação estranha ou um adesivo colado num lugar inusutado podem revelar mensagens importantes.

6. Uma dica que pode soar meio hippie e realmente soa meio hippie: Explore o I Ching. O respeitado oráculo chinês foi visto por Jung como uma prova da existência da sincronicidade, pois a pergunta de quem consulta (manifestação psíquica interna) coincide com a resposta oferecida pelo jogo (manifestação física externa). A melhor tradução do oráculo para o Ocidente está no I Ching - O Livro das Mutações, de Richard Wilhelm (ed. Pensamento).

7. Fique alerta para a Conspirações das Improbabilidades. Tudo o que de mais improvável aconteça pode ser uma sincronicidade. Divirta-se inventando significados para coisas improváveis que aconteçam ao seu redor, mesmo que elas nada tem a ver contigo. Essa é uma atitude que atrai sincronicidade.

Siga essas dicas e se divirta bastante. Lembre-se sempre disso: divirta-se, não leve nada muito a sério, pois posso te assegurar, quando as sincronicidades começarem a aparecer com uma certa frequencia as pessoas costumam se assustar.

Não se assuste, somos eu, Timóteo Pinto